A OBRA SALVÍFICA DE JESUS CRISTO

Nenhum esforço humano é possível para retirar o homem da condição de pecador afastado de Deus, exceto pela obra salvadora de Cristo. Através da salvação efetuada por Cristo na cruz, o pecado é removido, e a paz com Deus é estabelecida, e, pelo resgate efetuado, o pecador é redimido e liberto da escravidão, sendo absolvido perante o tribunal de justiça divino, pois Cristo já suportou seu castigo e tomou sobre si o pecado do homem. Sendo assim, em sua morte, Cristo é vitorioso e garante a todos a redenção eterna.
A obra salvífica de Cristo custou-lhe um alto preço: o seu próprio sangue derramado na cruz. Sua obra garante-nos a salvação porque foi uma oferta completa, perfeita e definitiva. Por causa disso, temos a certeza da salvação e a garantia da vida eterna e desfrutamos antecipadamente, aqui na terra, dos benefícios dessa salvação.
As Escrituras afirmam que foi necessária a morte sacrificial de Jesus para cumprir um propósito eterno (Ap 13.8) e para que Deus pudesse perdoar o pecado e garantir a salvação do homem. A serpente levantada no deserto também é comparada ao levantamento de Cristo na cruz (Jo 3.14). Jesus foi rejeitado (cf. Lc 17.25) e Ele mesmo disse que lhe era necessário sofrer, morrer e ressuscitar (Mt 16.21; At 17.3) e que estava consagrado para o sacrifício (Jo 17.19). Nossa união com Cristo pela fé, possibilitada por seu sacrifício, manifestou o amor de Deus, libertando-nos do sofrimento causado pelo pecado em nós mesmos e no mundo.
O problema do pecado não se resolve apenas com o arrependimento do pecador porque a justiça de Deus também precisa ser satisfeita. Dessa forma, torna-se necessário que o pecador cumpra a pena. Como o pecador não tinha as mínimas condições de pagar essa pena por ser imperfeito por causa do próprio pecado, fez-se necessário que alguém, em condições de satisfazer a perfeição do sacrifício, entrasse em cena. Esse alguém somente poderia ser Deus, mas também teria de ser homem, e quem poderia cumprir essa exigência seria unicamente Jesus, o homem perfeito, o Deus encarnado.
Assim, para Deus resolver o problema da exigência da Lei e da justiça divina, Ele fez com que seu Filho pagasse a pena imposta. A pena imposta pela Lei foi a morte, pois essa era a pena máxima que alguém poderia pagar ou ofertar. Nenhum dinheiro seria suficiente para satisfazer a justiça, a não ser a morte de Cristo.
A morte de Cristo satisfez ainda outra necessidade: De que forma tirar o pecado do homem como se ele nunca o tivesse praticado? Lançando esse pecado sobre o ser perfeito, que é Cristo. Portanto, trata-se de uma morte vicária que nos representando na cruz (2 Co 5.14), resgatando-nos da “maldição da Lei, fazendo-se, Ele próprio, maldição em nosso lugar” (Gl 3.13). No Antigo Testamento, foi afirmado que quem fosse morto num madeiro seria maldito de Deus (Dt 21.22-23).
A centralidade da cruz está presente até mesmo no Apocalipse, pois retrata a Jesus como “o primogênito dos mortos” (1.5) e aquEle que foi morto, mas agora vive para sempre (1.18). “Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre” (1.5,6). As palavras ditas na atmosfera de adoração que João vê diante do trono são: “foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (5.9). João também chama Jesus 28 vezes de “o Cordeiro”, numa clara alusão à sua morte vicária. Povos de todas as tribos, línguas e nações, “toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há” (5.13), bem como “muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos” (5.11) proclamam dizendo ao que está assentado no trono que Ele “é o Cordeiro” e “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” (5.12).
A reconciliação é uma obra da graça de Deus somente possível como consequência da obra de Cristo. Ela é necessária porque nosso relacionamento com Deus estava rompido, pois o homem pecador não pode ter comunhão com o Deus santo (Is 6.5). A reconciliação é consequência da conversão, da regeneração e da justificação, pois o pecado tornou o homem hostil e repugnante para com Deus, e foi assim que uma inimizade foi estabelecida (Cl 1.21; Tg 4.4), e nem mesmo com os sacrifícios do Antigo Testamento poderia haver uma reconciliação, pois eles apenas apaziguaram o problema. Por isso, foi necessário o sacrifício de Cristo, que se tornou inimizade (Ef 2.15-16) em nosso lugar para que Deus viesse a agradar-se de nós (Rm 5.10), eliminando, assim, a causa da inimizade e abrindo-nos um novo e vivo caminho para o Pai (Hb 10.20).
Para diferenciar os vários aspectos da salvação quanto ao seu significado, podemos afirmar que “a expiação é do pecado do pecador; a redenção é da pessoa do pecador; e a propiciação tem a ver com Deus em relação ao pecado já perdoado,” pois agora sua ira não existe mais. Numa sequência lógica, porém não cronológica — pois a redenção (a obra de salvação) de Cristo é composta de um evento único —, podemos afirmar que a obra vicária (substitutiva) de Cristo, na qual Ele tomou nosso lugar, possibilita a expiação (cobrir o pecado). Estando o pecado coberto, existe a possibilidade da propiciação (remover a ira pelo pecado), pois Deus agora já não enxerga o pecado, mas, sim, a justiça de Cristo. Portanto, isso não fere sua santidade, que, por sinal, possibilita a reconciliação (reatar o relacionamento quebrado pela alienação do pecado). Duffield e Cleave resumem esses aspectos da seguinte maneira:
Quando falamos [da morte de Cristo] como vicária, pensamos em substituição; quando falamos de expiação, pensamos em cobertura; como propiciação, pensamos em apaziguamento; como reconciliação, pensamos nem reatamento da amizade; e como resgate, pensamos em redenção.

Extraído do Livro "A Obra da Salvação" de Claiton Ivan Pommerening - CPAD

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Autor Moisés Duarte

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